terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Já se passaram 2 meses, mas nunca é tarde pra contar as boas novas. Nesse período de descanso e de reflexões, vim também escrever sobre o projeto.




Cheguei no Equador na sexta-feira, dia 4, na parte da manhã, enquanto o resto da equipe chegaria só a noite, então o pessoal do Palabra de Vida iria me buscar no aeroporto antigo, pra onde eu deveria ir logo após ligar pra eles avisando que tinha chegado ao aeroporto novo. Mas é lógico que o celular não funciona, a internet não pega e o moço do telefone público (?) disponível avisa que um dos números estava com um dígito a menos e o outro caía em uma gravação num espanhol enrolado quando eu tentava, e desligava direto quando ele tentava. Então segui com o plano e fui pro outro aeroporto (no ônibus tinha internet e mandei recado). 

Chegando lá uma moça puxou papo, foi super prestativa me arrumando um celular emprestado do segurança, falando em inglês que me faria companhia enquanto eu esperava, mas aí começou com uma história bem esquisita de que tinha sido assaltada pelo motorista do taxi, que levou todas as suas coisas, inclusive passaporte, seu filho pequeno, que tem epilepsia, estava na delegacia enquanto ela tentava conseguir dinheiro para ir para Lima, no Peru, porque é onde fica o consulado Sul-Africano mais próximo. Desculpa, eu sou de São Paulo e estou acostumada com histórias deste tipo para golpes, mas ao mesmo tempo, e aquela história de ajudar os necessitados? Bem, eu estava sem dinheiro de qualquer forma e precisaria de um caixa eletrônico, que ela prontamente me apontou em uma área aberta fora do aeroporto. Hummm desculpa, eu pensei, mas não dá, não vou tirar todo meu dinheiro na sua frente. Minha carona chegou, confirmei se era ok ou não ajuda-la, e eles me disseram pra não dar dinheiro algum.

Após chegar e ser instalada, almocei, tomei banho e fiquei esperando ansiosa por notícias do nascimento do meu sobrinho, mas... dormi. Caí no sono e dormi mais do que a conta. Acordei com o Eric me dizendo que estavam saindo, mas que eu não precisava me preocupar porque eu não estava sozinha. Levantei assustada procurando sinal de internet pra saber notícias do Davi. Encontrei foi uma menina tentando falar em Espanhol, quando meu cérebro ainda não estava funcionando nem em Português. Tentei falar alguma coisa que saiu em inglês, e no fim o que mais falei foram sons sem o menor sentido pra ninguém. Ela então me pegou pela mão, me levou até uma porta, bateu e me mandou entrar. Ali morava uma família de missionários equatorianos muito querida. Israel já tinha morado no Brasil e falava português, Elizabeth havia estudado inglês e francês, portanto o filhinho Abiel, de 1,5 ano, respondia a ordens em 4 idiomas (e estava assistindo Patati Patata em português mesmo).

Fui jantar com eles num restaurante pequenino, recém inaugurado, de uma amiga deles. Já comecei fazendo amizade, experimentando a comida local e ganhando presente: uma garrafa da Coca-Cola pra minha coleção!!

Voltei, conversei mais um pouco com o pessoal, dormi, acordei no meio da noite com o resto da equipe chegando, e voltei a dormir. No dia seguinte descobri novas amigas de infância no meu quarto. Sheila, arquiteta, uma argentina ruiva que mora há anos na Escócia, e Jackie, engenheira, uma canadense chinesa doidinha e muito fofa. Eu e Sheila conversávamos em três idiomas, enquanto Jackie ficava repetindo sons e tentando aprender o espanhol. Ela descobriu que “banana” é a mesma coisa em inglês, espanhol e português, então essa virou sua palavra preferida na viagem toda, e ela não parava de repeti-la.

Conheci também os Kevin(s), engenheiros: um, líder da equipe, canadense; o outro texano, único americano, único que não sabia usar o sistema métrico, meu alvo favorito de piadas. Além deles, o casal Kelly, arquiteto sênior, canadense, e Marianne, sul-africana, que foi para acompanha-lo e nos ajudar no que fosse preciso, tipo servir café e chá nas jornadas mais longas de trabalho. Além deles, tínhamos Eric, engenheiro, trabalha para o WOL (Word of Life – Palavra da Vida, em inglês) e seu filho Craig, 14 anos, também no esquema da Marianne, segura fita métrica, tira foto, faz anotações...


Daniel, argentino, diretor do Palabra de Vida – Ecuador, e Anita, sua esposa, colombiana, foram os que explicaram melhor a visão para o acampamento de jovens, com ajuda do Eric, e depois de David e Donny, dois americanos do Michigan, de vinte e poucos anos, que estavam ajudando na construção da primeira fase do projeto.


Trabalhamos primeiro em Quito, ouvindo e trocando ideias, mas depois, na segunda-feira, fomos à Nanegalito, mais ao norte, onde ficava o terreno. Lá pudemos ver, medir, fotografar, vivenciar o acampamento e portanto projetar melhor. Descobrimos, por exemplo, que um dos blocos de dormitórios não caberia onde eles queriam, então fomos atrás de outro lugar. Lá também vivenciamos o calor durante o dia, o frio durante a noite, os bichos no banheiro, as distâncias caminhadas entre dormitório e refeitório... Tudo isso contribuiu para melhorar o projeto.

           


O terreno é bem acentuado e tem uma estrada que passa bem no meio, dividindo-o, dificultando ainda mais o projeto, principalmente do ginásio. Conversamos também com o engenheiro local, que só falava espanhol, portanto Sheila foi a tradutora da conversa. Mas Sheila é arquiteta formada na Escócia, não conhecia os termos “engenheirísticos”, muito menos em espanhol. Com ajuda de um dicionário e de muitos “hummm”, “ehhhh”, “ahhhh”, deu tudo certo, e no dia seguinte ela ainda ganhou um dicionário de construção espanhol-inglês, presente do engenheiro local ;)

  

Eu tive um mal-estar, aparentemente por causa da altitude, que deixou meu estomago bem revirado por alguns dias, o que me impediu de provar algumas delícias culinárias, mas não perdi as frutas!!

Na quarta-feira voltamos pra terminar o projeto em Quito. No meio do caminho paramos em uma fábrica de tijolos e uma de blocos de concreto, e depois seguimos para um orfanato onde o pessoal do WOL já visita frequentemente. Levamos doações de camisetas e comida e passamos o final do dia com as crianças, jogando futebol e brincando de cabeleireiro.

     

Na quinta-feira à noite apresentamos nossas ideias para todo o pessoal do WOL, inclusive os jovens que moram e estudam lá. Eles prepararam música, inclusive em Quíchua, língua indígena, café com bolacha e presentes. Uns fofos! Conseguimos fazer amizade com alguns dos jovens e foi bom ouvir suas histórias de vida, como foram parar ali e o querem da vida, além de darmos boas risadas.

     

Na sexta pudemos fazer algumas mudanças no projeto após os comentários deles; assistimos a um jogo de futebol da seleção do Equador, esporte também muito importante pra eles; e tivemos que juntar tudo para irmos embora no dia seguinte. No domingo anterior tínhamos ido a uma igreja e ao Mitad del Mundo, onde passa a linha do Equador. Neste final de semana iríamos conhecer o centro histórico da cidade e fazer o nosso debriefing, um momento importante para falarmos sobre o que aprendemos, o que vamos levar, o que vamos contar, e pra ajustar os próximos passos do projeto.

     

Pegamos ônibus, que funciona como os tubos de Curitiba, e lógico que o americano estava sendo muito educado e quase ficou pra trás, não fosse a corajosa Jackie para segurar a porta. Tive a oportunidade de usar o meu espanhol mequetrefe e consegui nos colocar pra dentro da visitação da torre da basílica, 10min depois que tinha encerrado: “nosotros veníamos mais cedo, pero la chuva foi muy fuerte” ;)

Quito é uma cidade linda, cheia de história e um povo alegre e sorridente. Eu nunca vi uma cidade com tanta igreja por metro quadrado!! Literalmente uma do lado da outra! Igrejas católicas lindíssimas e enormes, construídas pelos espanhóis, que assim como o hospital que virou museu, e as casas no centro, nos contavam muitas histórias sobre aquele povo.
  
Nos meus outros projetos (Uganda, Ruanda, Tanzânia e Haiti), as construções locais eram sempre bem simples, muitas vezes improvisadas, temporárias que viravam permanentes, habitações de um cômodo que abrigavam famílias inteiras. Desta vez foi bem diferente, as construções eram bem parecidas com as nossas, mas o fato de aprendermos com os detalhes, de aprendermos sobre a cultura, sobre o local, sobre o povo, sobre quem mora e quem constrói, não muda.

Nós pudemos ver Deus cuidando de cada detalhe desde o começo, antes mesmo de o grupo ser formado, durante todo o processo pré-viagem, durante nossas conversas e trocas profissionais e pessoais, histórias de vida, e mesmo após nos separarmos, durante a finalização do projeto a distância.

 

Espero ver a finalização da construção, mas de qualquer forma tenho a certeza de que será bem usado, de que muitos jovens vão poder ouvir e aprender mais sobre o Criador daquela paisagem linda ao redor deles.

Obrigada a cada um que fez esse projeto possível, seja financeiramente, com orações, palavras, carona... Obrigada por doar, com amor, o que tem!
Que Deus te abençoe!



Beijinhos!

sábado, 14 de setembro de 2013

vamonos al Ecuador?

Oie!!
Uma semana depois do projeto de Moçambique ser cancelado, recebi um e-mail que dizia:

“Oi Suellen, o Steve disse que você poderia estar interessada em outro projeto com o EMI, estou liderando um projeto no Equador, de 4-13 de Outubro e ainda estou procurando por um arquiteto. Nós adoraríamos ter você no nosso time se você puder.”

Eu fiquei eufórica, chocada, maravilhada e surpresa. Um projeto foi cancelado e outro, que usa não só a minha disposição e meu coração, mas também minha profissão, veio rapidinho, na mesma data! E ainda voltando a tempo de ver meu sobrinho nascer. Deus cuida ou não cuida de todos os detalhes?

Mais uma vez vou participar de um projeto “arquitetônico-missionário” com o eMi (Engineering Ministries International - http://emiworld.org/) cujo lema é algo como “Projetando um Mundo de Esperança para os espiritual e fisicamente pobres”.

O Ministério a quem vamos servir no Equador chama-se Palabra de Vida (Palavra da Vida) e tem um acampamento de jovens perto de Quito, entre as cidades Calacali e Nanegalito. Uma equipe do eMi projetou a primeira fase há um ano e meio e agora que a construção está em andamento, nossa equipe vai pra projetar a segunda fase: um auditório/ginásio e um dormitório. Mais informações sobre o projeto podem ser vistas na página do eMi: http://emicanada.org/projects/projectprofile_10040.shtml

Quito está em um platô de altitude elevada, 2.850 metros acima do nível do mar, e próxima a um vulcão ainda ativo, o Pichincha. Além disso está próxima à região amazônica e não longe do mar, devido à pequena extensão do país. Estamos então pesquisando sobre abalos sísmicos, furacões e chuvas fortes (aceito sugestões de leitura).

Para o projeto vou precisar de vocês mais uma vez.
Orações são mais do que bem-vindas, são muito importantes!
E meus pedidos principais são:
- pelos preparativos, meus e de toda a equipe;
- pela nossa saúde, principalmente por causa da altitude;
- pela finalização dos meus projetos no escritório aqui;
- pelo sustento financeiro.

Financeiramente, tenho as seguintes necessidades:
- Passagens aéreas – R$ 1.600,00
- Hospedagem/Alimentação/Transporte/Seguro Saúde – R$ 2.200,00
Total de R$ 3.800,00

Para participar você pode fazer um depósito em qualquer valor na minha conta.
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!”” Romanos 10:14-15

Beijinhos,
Suellen


Fotos de projetos anteriores: Kumbya – Ruanda, Children of Destiny – Tanzania e House of Love – Haiti.

sábado, 17 de agosto de 2013

Ficou pra depois...

Oi gente,

Eu estava escrevendo sobre o treinamento que tivemos sábado passado (10.08) para o projeto de Moçambique e quão difícil ele seria, pois iríamos em época de seca, fome, em meio à doenças terríveis que assolam inclusive crianças. Mas ontem a noite recebi um e-mail triste por vários motivos.

O primeiro é que nosso projeto de Moçambique foi CANCELADO. Os outros são os porquês dele ter sido cancelado. Moçambique, como a maioria dos países africanos, tem histórico político complicado e as próximas eleições serão em Novembro. Um grupo de oposição do governo começou a se manifestar há pouco tempo, causando uma instabilidade que preocupa a MIAF (Missão ao Interior da África) quanto a nossa segurança. Por isso a MIAF achou por bem cancelar todos os projetos de curto prazo até o fim do ano.

Peço a todos que orem por essa situação, por Moçambique e pelos moçambicanos, além dos missionários residentes no país.

Obrigada a todos que já estavam comigo nessa!
Vou entrar em contato com todos os que fizeram alguma doação para devolvê-las, portanto se vc não se identificou, por favor, entre em contato comigo ;)

Apesar de triste, estou em paz pois Deus sabe o que faz.
Quem sabe ano que vem conseguiremos ir e doar amor, doar o que tivermos àquele povo.

Mais uma vez obrigada!

Beijinhos

domingo, 28 de julho de 2013

Moçambique

BORA LÁ PRA PRÓXIMA AVENTURA?!

São muitos os “versículos missionários” que poderiam justificar a ida de um grupo a um projeto e outros tantos para justificar a ida à África, mas os que mais têm falado comigo atualmente são simplesmente sobre amor.

“O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” João 15:12-13

“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” 1 João 4:8

Deus nos amou e deu Seu Filho por nós, Jesus nos ordenou fazer o mesmo, amar e dar nossa vida pelo próximo. E que melhor maneira de amar do que indo, cuidando, levando amor em forma de ajuda, de ensino e por que não, de um abraço?

Através dessa reflexão, quero te convidar a ir junto comigo para um projeto missionário de curto prazo.

ÁFRICA – MOÇAMBIQUE – DE 01 a 15/10/2013
A África tem cerca de 800 milhões de pessoas, vivendo em 58 países, falando 2.110 línguas e divididos em 3.839 etnias. Destas, 1.335 ainda não foram alcançadas pelo Evangelho. Existe a necessidade segura de tradução da Bíblia de pelo menos 297 línguas. Estudos mais acurados podem elevar este número para 1.290.
Dados de 2011 asseguram que a África é a região que mais comporta casos de AIDS no mundo. Uma estimativa conservadora calcula 25 milhões de infectados, e 12,5 milhões de órfãos. A Malária e a Tuberculose também matam anualmente milhões.

POVO SHINDAO - ESPUNGABERA
Parte do povo Shindao se encontra na Província de Manica, na região Centro-Oeste de Moçambique. O projeto será realizado especificamente na cidade de Espungabera.
O povo Shindao é um povo sincretista e animista, envolvido com ocultismo, curandeirismo e feitiçaria. Ritos, cerimônias e crenças sincretistas estão presentes na vida da sua comunidade desde o nascimento até a morte, e os novos convertidos necessitam de libertação e orientação neste sentido, bem como encorajamento, treinamento em diversas áreas e discipulado.


NECESSIDADES
Para que o povo Shindao em Espungabera seja impactado com o amor de Jesus, nossas ações visam respeitar sua realidade cultural existente, percebendo a verdadeira necessidade espiritual, emocional, física e econômica do povo.
Estas são algumas das estratégias que serão utilizadas ao longo do projeto:
ü     Treinamento de professores (as) de escola dominical do ministério infantil: contação de histórias, manuseio de materiais didáticos e kid’s game etc.
ü     Discipulado com homens, mulheres e jovens;
ü     Interação e relacionamentos através de uma linguagem de fácil compreensão para uma maior aproximação com a população local e com as crianças, a fim de formar grupo de pessoas/crianças para a evangelização;
ü     Apoiar na construção de uma casa abrigo no local;

CONVITE
Para realizar esse projeto, quero convidá-lo a ir comigo, orando e apoiando financeiramente;
A oração é o combustível missionário, sem ela, não serei capaz de suportar toda opressão espiritual e os desafios”. Seu envolvimento em oração é imprescindível!

Financeiramente, tenho as seguintes necessidades:
- Passagens aéreas – R$ 4.000,00
- Hospedagem/Alimentação/Transporte – R$ 1.500,00
- Visto/ Seguro Saúde – R$ 900,00
- Total de R$ 6.400,00

Para participar você pode fazer um depósito em qualquer valor na minha conta, ou em milhas aéreas.

No blog e por e-mail (sullmaia@gmail.com), estarei escrevendo todas as informações relativas ao projeto, é dizer um "eu quero" e eu incluo você na minha lista de e-mails ;)

“Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio de contribuir.” 2 Coríntios 8:7
Beijinhos,
Suellen


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Um Teto Para Meu País – março 2012

Após o projeto de Uganda com o eMi, eu estava procurando fazer outro projeto que envolvesse minha profissão, foi então que duas pessoas completamente diferentes me falaram sobre o Um Teto Para Meu País (UTPMP, hoje TETO) e eu lembrei de já ter ouvido falar deles na FAU.

O TETO é uma organização sem fins lucrativos que começou no Chile em 1997 e já está no Brasil desde 2006. Eles constroem casas emergenciais em favelas, para famílias pré-escolhidas (através de uma coleta de informações feita também pelo grupo) que pagam uma pequena parte dos custos e ajudam também a construir.

Eles iam ter uma construção e eu resolvi me inscrever sozinha mesmo. Fui eu então, de 16 a 18 de março de 2012, para a Comunidade Souza Ramos, Cidade Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, para ajudar a construir uma dessas casas. Naquele fim de semana seria construída a casa de número 1000 no Brasil. Seria uma das mais de 60 casas construídas por mais de 1000 voluntários, a maioria de universitários, em 6 comunidades, apenas naqueles dias.


uma tentativa de panorâmica da Comunidade Souza Ramos


voluntários da Comunidade Souza Ramos

As casas tem 18m², são feitas de madeira pré-fabricada e telhado de zinco. Cada grupo de mais ou menos 10 pessoas constrói uma casa. A gente já recebe os painéis montados para juntarmos o “quebra-cabeça”, mas temos também que preparar o terreno, e o cavar foi não só uma tarefa pesada fisicamente, como psicologicamente, à medida que íamos encontrando muitos itens surpreendentes enterrados por ali.

Nossa equipe construiu a casa da Ana Carolina, então com 17 anos, e do Mateus, seu filho de 3. A mãe da Ana já tinha uma casa do TETO e sua tia, e vizinha, estava ganhando uma no mesmo fim de semana.



 nossa equipe, Ana Carolina, sua mãe, e seu filho Mateus

Como eu não tenho altura, nem muita força, virei a Miss Nível, e ficava andando de um lado pro outro com uma mangueira com água :) Mas fiz questão de martelar, cavar e subir no telhado, e ao final, varrer a sujeira toda pra entregar a casa limpinha ;)





No fim de semana seguinte, no dia 24, parte do grupo voltou até a comunidade para pintar as casas, mas infelizmente não consegui participar desta tarefa.



Eu ainda (sim, AINDA) não cheguei a uma conclusão concreta do quanto isso realmente ajuda uma família, gostaria de rever essas famílias daqui 5 anos (tempo estimado de duração das casas), gostaria de ver o quanto a casa realmente ajudou a família. Mas a princípio, o sorriso delas, o fato de ter alguém vendo que elas existem, ou até o simples fato de estarem acima do chão e não terem suas casas alagadas com qualquer chuva, tudo isso já é um adianto e tanto.



Outro ponto positivo foi ver tanta gente envolvida. Tanta gente que poderia estar fazendo qualquer coisa no fds, mas estava dormindo no chão frio de uma escola da periferia para ajudar uma família carente a ter um teto mais digno.


voluntários do fim de semana, para as 6 comunidades

A construção é feita por estudantes universitários de TODAS as áreas e porte físico, portanto não é necessário conhecimento prévio na área da construção ou mesmo ter habilidade com martelo e prego. Com disposição, sempre há alguma coisa com o que ajudar, portanto doe seu tempo, doe amor, doe o que você tiver.


Beijinhos,

quinta-feira, 20 de junho de 2013

The Hair Dare – março 2011


Um dia no Facebook vi um post da amiga Grace Poon perguntando quem teria 20cm de cabelo para cortar. Eu respondi que tinha até mais do que isso, e foi então que ela me fez o desafio: cortar no mínimo 20cm de cabelo para doar a pessoas que junto com o cabelo, perderam também parte de sua autoestima.

A Grace reuniu outras 8 pessoas e a ideia era cortarmos todas no mesmo dia e local, festejarmos e ainda fazer um leilão para que pessoas que não tinham tanto cabelo assim também pudesse ajudar. Maaaaasssss a Grace e as amigas moram no Canadá, então eu participaria à distância.

Elas iam doar ao Angel Hair for Kids, Locks of Love e PanteneBeautiful Lenghts,  mas eu achei que não faria sentido mandar minhas madeixas pra tão longe. Foi então que fui pesquisar sobre instituições que recebiam doações de cabelo para confeccionar perucas para DOAR ou EMPRESTAR a pessoas necessitadas.

Inicialmente pensei em instituições ligadas ao tratamento de câncer, mas foi então que descobri o caso das escalpeladas no norte do país. Mulheres que perdem não só o cabelo, mas parte do coro cabeludo, em motores de barco, e sendo assim, perdem a capacidade de crescer mais cabelo no local. Foi aí que descobri o Doe Sua Moldura.

Eles tem parceria com alguns salões onde você pode cortar de graça se for doar, e fui eu atrás de um desses. Liguei, avisei que iria doar e marquei pra alguns dias antes das meninas lá do Canadá.

Como a Grace tinha feito um site lindo, o HairDare.org, e achei que seria legal ter fotos bonitas pra ela postar lá, e o topou me acompanhar no dia de menininha no salão.


No dia fui super bem atendida, ganhei massagem e tudo mais. O cabelereiro, Carlos, foi super simpático, fez um trabalho ótimo e ainda posou pra foto.

Normalmente são necessários 7 rabinhos de cabelo para se confeccionar uma peruca e geralmente as pessoas tem 1 ou 2, mas do meu foram 6, quase uma inteira :)





Eu tive que me preparar psicologicamente um pouquinho porque, apesar de já ter cortado bastante antes, ao contrário da outra vez, eu não resolvi ter cabelo curto, eu resolvi responder ao desafio que me foi feito de doar o meu cabelo. Eu estava numa fase de curtir o cabelão, mas quando eu li as histórias daquelas mulheres que nunca mais teriam cabelo, quando pensei em como o cabelo é importante para as mulheres e pra nossa autoestima, não tive nem dúvida. Meu cabelo cresceria de novo, e como cresceu! Eu nunca pude doar sangue, porque não tinha o peso necessário pra isso. Então doei algo que tenho e tenho MUITO!

Eu ainda tenho a curiosidade de saber como ficou essa peruca, se tem franja, se tem a mesma cor, o quanto de cabelo pode realmente ser aproveitado. Mas nada disso importa de verdade, o importante é que alguém pode se olhar de novo no espelho e sorrir, pode sair na rua e não ser encarada pelas pessoas. E isso me faz sorrir :)

Agradeço a Deus por ter me dado muito cabelo, por ter colocado a Grace na minha vida, com tantas iniciativas animais, e por todas as pessoas envolvidas nesse projeto.

Não me doeu, não me faltou pedaço e o cabelo já cresceu de volta. Então doe amor, doe o que você tiver, porque vai fazer diferença para alguém ;)

Beijinhos 


Ps.: Tem depoimento da época e mais fotos lá no Atellie Fotografia.